O futuro do Direito: a tecnologia moldará o novo advogado estratégico

A tecnologia entra em campo não para substituir o advogado, mas para poupar tempo gasto com tarefas operacionais. Veja qual é o potencial do Brasil nessa corrida tecnológica.
Amanda Crociari
Amanda Crociari
Especialista em marketing de conteúdo graduada na Universidade Federal de São Carlos

Introdução


O futuro do Direito não reserva surpresas, mas sim oportunidades. É possível dizer isso pois sabemos que o presente do Direito já é tecnológico, e a tendência para o futuro é que esse processo acelere cada vez mais.

Neste artigo vamos apresentar um panorama sobre a realidade atual da área jurídica e quais são as expectativas e previsões para o que nos espera no futuro. É neste panorama que a missão da Turivius se estabelece: ao trazer o acesso a informações e dados como forma de aprimorar a prática dos advogados brasileiros.

Essa discussão tem se tornado não só mais recorrente, mas também mais importante, pois este movimento de digitalização da advocacia é mundial.

Por enquanto, a adoção de algumas tecnologias na prática jurídica pode ser considerada opcional para alguns advogados, mas tudo indica que em um futuro próximo o mercado irá favorecer os profissionais que se adaptarem a essa nova realidade, como consequência de uma prática mais inteligente com ações mais assertivas.

Este conteúdo é para você, profissional do Direito, que busca constante evolução e quer se posicionar no topo do mercado jurídico, alinhando-se às melhores práticas e tecnologias disponíveis no mercado.

Ao final deste artigo, você será capaz de tomar decisões mais estratégicas a respeito da sua vida profissional. Decisões que consideram com prudência o cenário atual e as oportunidades futuras, aumentando suas chances de se destacar no mercado e tornar-se um advogado cada vez mais data-driven.

Vamos dar um passo além

Ainda dentro desta proposta, conheça o contexto e o propósito pelo qual a Turivius foi fundada, e como nos propomos a desburocratizar e facilitar a prática jurídica dos advogados brasileiros.

A perspectiva mundial sobre o futuro do Direito

Independente do seu tempo de atuação no mercado jurídico, você provavelmente já ouviu falar sobre a possibilidade de advogados serem substituídos por robôs no futuro. Será que isso é realmente possível?

A resposta é não. A tecnologia não terá como objetivo substituir o trabalho do advogado, mas sim facilitar.

Segundo um estudo publicado pela Forbes (2020), ao que tudo indica, o trabalho operacional tradicionalmente feito pelos advogados já está desaparecendo e acabará quase que completamente. Isso não é exclusivo ao setor legal, pois vale para todos os domínios em que a inteligência artificial fornece soluções. 

Embora a tecnologia seja eficiente no processamento de dados, ela não substitui áreas que exigem inteligência emocional e julgamento humano. Profissionais do setor se beneficiarão do uso da tecnologia, mas os humanos sempre serão melhores em negociar acordos, mediar disputas ou fazer julgamentos éticos.

O papel das máquinas está em executar atividades repetitivas e operacionais com maior rapidez e eficiência. O profissional do Direito, que é altamente capacitado, passa a dedicar seu tempo quase que exclusivamente em tarefas e funções estratégicas.

Ainda segundo o estudo, os advogados ainda terão papel vital a desempenhar na prática jurídica, mesmo que diferentes e mais refinados.

Um exemplo: uso da tecnologia no Direito

Vejamos um exemplo de como o advogado pode complementar a atuação da tecnologia:

  • Suponha que uma ferramenta de jurimetria diga ao usuário que em um determinado caso, perante um determinado juiz em uma determinada jurisdição, a probabilidade de um resultado bem-sucedido é de 55%. Essa previsão não diz exatamente ao advogado ou cliente qual é o melhor caminho a ser seguido, ela apenas aponta uma tendência. A estratégia que será adotada depende apenas do advogado que, a partir do seu próprio conhecimento jurídico, irá aconselhar seu cliente da melhor forma.

O exemplo esclarece: a tecnologia é o alicerce para a extinção de atividades operacionais repetitivas da rotina da prática jurídica e da democratização da informação.

“Os robôs vão substituir os advogados?

Não, mas os robôs vão redirecionar advogados.”

Olga V. Mack | Vice-presidente & CEO da Parley Pro na LexisNexis

Entendemos que a tecnologia pode facilitar o uso da capacidade do advogado no que é essencial: na construção e reflexão de novas e melhores ideias e fundamentos. 

A alta repetição de atividades é um desperdício do intelecto humano, muitas vezes causada pela má organização ou dificuldade de acesso às informações jurídicas, como jurisprudências.

A Inteligência artificial surge para suprir todas essas necessidades, e deve ser acessível para escritórios de todos os portes.

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Os desafios do sistema jurídico brasileiro

O Brasil possui um dos sistemas jurídicos mais complexos do mundo. Isso acontece, em parte, pela informação descentralizada e de difícil acesso. 

Apesar dos processos judiciais estarem disponíveis online, estão descentralizados, de forma que torna o acesso difícil e o cruzamento de dados impraticável.

Advogados passam horas consultando sites de tribunais e conselhos administrativos para elaborar a argumentação de um único caso. São profissionais de alto nível, com anos de estudo e certificação da Ordem, gastando tempo com atividades administrativas e organização de documentos digitais. Essa é a realidade da pesquisa jurisprudencial hoje.

É evidente a necessidade de simplificar atividades operacionais e automatizar processos repetitivos para que os advogados tenham mais tempo livre para demandas estratégicas

Já existem tecnologias desenvolvidas especialmente para isso, mas muitos escritórios ainda não a utilizam. Por quê?

Segundo um estudo publicado pela FGV (2018), existem duas hipóteses para essa “resistência” à digitalização dos escritórios de advocacia:

i) os escritórios de advocacia não entendem a dimensão das mudanças que estão por vir, por desconhecer as tecnologias avançadas com capacidade de alterar significativamente o desempenho da atividade profissional.

ii) os escritórios, apesar de reconhecerem as mudanças, entendem que não serão afetados, deixando de tomar providências a respeito.

O que sabemos é: a tecnologia já é realidade no Direito, e certas ferramentas serão não apenas facilitadoras da prática jurídica, mas também uma exigência dos clientes.

A digitalização é o primeiro passo para uma prática jurídica mais moderna, rápida e efetiva. O segundo, é a adoção de procedimentos ágeis e o uso do capital humano para o cruzamento de conhecimentos, aprofundamento em teses e direcionamento estratégico.

Como as legaltechs mudarão o futuro do Direito


As legaltechs têm como principal objetivo identificar possíveis deficiências do mercado jurídico e propor soluções tecnológicas que proporcionem rotinas mais eficientes.

Nos últimos dois anos, o mercado jurídico passou por um amplo processo de digitalização devido à pandemia. As legaltechs têm sido grandes protagonistas neste processo, uma vez que a tecnologia tem sido essencial para readaptar o mercado às novas necessidades trazidas por este período.

Um relatório do banco de investimento Arden Partners PLC estima que dentro de cinco anos, um terço dos advogados britânicos estarão trabalhando sob um modelo de consultoria, sem uma base de escritório central. Isso reduziria significativamente o número de escritórios de advocacia independentes do país.


“Dentro de cinco anos, um terço dos advogados britânicos estarão trabalhando sob um modelo de consultoria”
Fonte: Arden Partners PLC

Essas e outras mudanças no modo de atuar do mercado jurídico são totalmente movidas pela tecnologia, especialmente as desenvolvidas pelas legaltechs. 

Sendo assim, é possível afirmar que o futuro do Direito acompanhará a evolução das legaltechs e o papel principal do profissional será manter-se atualizado sobre todas essas mudanças.

As rodadas de investimentos milionários neste setor só evidenciam o poder das legaltechs no mercado do Direito. Nos últimos anos muitas venture capitalists passaram a entender a importância das startups de tecnologia para o Direito e o poder transformador que essas empresas têm para inovar um dos setores mais tradicionais do mundo. De acordo com a Forbes, nos últimos 5 anos, mais de US$ 750 milhões foram investidos em Legaltechs só nos EUA. 

O atual cenário da digitalização dos escritórios no Brasil

A situação atual da tecnologia no Direito é desigual. Escritórios grandes têm maior vantagem diante da concorrência devido aos privilégios que o porte viabiliza, dentre eles a facilidade do uso e manipulação de informação e dados proporcionados pela tecnologia.

 A Turivius acredita em uma digitalização democrática, em que todos os escritórios, independente do seu tamanho, possam tirar proveito das ferramentas disponíveis no mercado jurídico. Por isso, temos planos específicos para atender diferentes portes e necessidades.

A FGV fez um breve levantamento sobre a situação da digitalização dos escritórios de advocacia ao redor do Brasil. Nela, foram considerados a adoção de diversas ferramentas tecnológicas, desde banco de dados de jurisprudência até serviços de TI, conforme vemos na figura abaixo:

Pirâmide de especialização dos softwares usados nos escritórios 

O futuro do Direito 01

Na contrapartida dos números registrados acima, 65% dos entrevistados acreditam que os impactos do uso de softwares na área jurídica já está ocorrendo e 95% dos entrevistados entendem que essas mudanças serão importantes ou muito importantes. 

Por outro lado, os pesquisadores também identificaram que essa percepção sobre a importância desses impactos está correlacionada, em boa parte, com os resultados observados nas tecnologias que eles já utilizam em seus escritórios.

Este é mais um fator que acentua a desigualdade competitiva no meio jurídico, visto que escritórios que não têm acesso à tecnologia são incapazes de aferir seus impactos ou sequer conhecer seus benefícios.

Dados são o novo petróleo

Vivemos na era da informação. Em um mundo cada vez mais data-driven, é essencial que os profissionais da advocacia possam utilizar ferramentas que facilitem o acesso à informação.

Vale lembrar que todo este cenário tecnológico em que estamos vivendo hoje fez parte da previsão de vários estudiosos e visionários. Isso também vale para o futuro do Direito.

O famoso sociólogo espanhol Manoel Castells profetizou que entraríamos na era da informação já nos anos 1990. E ele tinha razão. Pessoas, sociedades e países com acesso à informação são os detentores de poder.

Em 2006, o matemático britânico e mentor de marketing da Tesco, Clive Humby, declarou: “dados são o novo petróleo”. E nos 15 anos que se seguiram, grandes empresas como Facebook e Google coletaram dados incalculáveis ​​para nos fascinar com o máximo de informações não filtradas possíveis.

“Dados são o  novo petróleo”

Clive Humby | Marketing da Tesco

É neste cenário que tecnologias como Big Data tomaram notoriedade. Com a quantidade massiva de informações disponíveis no mundo hoje, foi necessário desenvolver uma ferramenta capaz de coletar, tratar e analisar informações a partir de um enorme conjunto de dados. Um processo que levaria meses ou até anos para serem realizados por uma mente humana.

Ao mesmo tempo, no meio jurídico, soluções inovadoras baseadas em análise de dados como a jurimetria, por exemplo, se tornam cada vez mais essenciais no dia a dia da profissão.

Os dados viram insights: conheça a jurimetria

Jurimetria é a aplicação de técnicas de análise quantitativa ao Direito. O termo foi cunhado em 1948 pelo jurista americano Lee Loevinger (Loevinger 1949). 

Em seu texto, Loevinger define a jurimetria como a aplicação de teoria da comunicação e informação para expressões legais, o uso da lógica matemática na lei e a formulação do cálculo de probabilidades legais (Loevinger 1963). 

Na prática, a jurimetria apresenta uma análise muito mais aprofundada, que permite ter uma visão mais ampla sobre tendências jurisprudenciais sobre o tema de interesse. Por fim, a jurimetria também aponta estatísticas importantes como:

  • Posição dominante dos tribunais.
  • Variação da jurisprudência ao longo dos anos.
  • Tempo médio de duração de um processo.
  • Quais as chances de sucesso de um processo.
  • Quais cortes são mais receptivas àquele tema.

Como já defendemos no início desse artigo, a tecnologia da jurimetria não substitui a importância da atuação do advogado. Neste contexto, o profissional poderia usar essas estatísticas como base para formar um posicionamento e uma argumentação mais precisa e robusta na defesa do cliente, o que permitiria a ele explorar sua expertise de forma mais completa.

O futuro do Direito 02

Para saber mais sobre como a jurimetria pode reinventar o Direito, melhorar a competitividade e a receita do seu escritório, baixe o nosso guia definitivo de Jurimetria, gratuito, com casos práticos de aplicação, confira:

Jurimetria o que é
Baixe gratuitamente

A Turivius oferece a jurimetria com mais duas soluções em uma única ferramenta: 

Jurimetria

  • Visualize os resultados das buscas em gráficos e analise as tendências jurisprudenciais por tema
  • Análise comportamental dos julgadores
  • Dashboard estatístico com riqueza de dados e gráficos customizáveis, interativos e compartilháveis

Pesquisa jurisprudencial inteligente

  • Pesquise mais de 50 milhões de decisões tributárias em um único lugar, com resultados em poucos segundos.
  • Filtre os resultados por data, votos, órgão ou se favorável ao contribuinte.
  • Reduza pela metade o tempo gasto com pesquisa jurisprudencial.
  • Realize buscas complexas e completas com poucos cliques, usando operadores especiais (“adj”, “$”) ou pesquisando termos semelhantes.

Gestão do conhecimento

  • Base de dados atualizada diariamente.
  • Receba alertas automaticamente sobre novas decisões em todo o país.
  • Salve, compartilhe e recupere julgados em poucos cliques.

Como funciona a jurimetria da Turivius

A jurimetria da Turivius foi desenvolvida no MIT e USP. Essa, é uma tecnologia complexa composta por um sistema de inteligência artificial (AI, da sigla em inglês) que nós chamamos de Vision.

Essa inteligência usa modelos de machine learning para classificar as decisões em favoráveis ao contribuinte, parcialmente favoráveis ao contribuinte, contrárias ao contribuinte e outros/não classificadas. Essa última categoria são decisões ambíguas ou de menor interesse, como remissão à diligência.

A Turivius tem um SISTEMA RIGOROSO DE QUALIDADE que estabelece uma “nota de corte’ para a jurimetria. Isso significa que as estatísticas só são publicadas em nosso sistema quando a precisão estimada é, no mínimo, de 80%.

Para ver de perto como a jurimetria da Turivius funciona, clique aqui e solicite uma demonstração com um de nossos especialistas.

O futuro do Direito é a nossa missão

A Turivius se propõe a facilitar o acesso do profissional do Direito à informação

Centralizamos em um único buscador diversos tribunais e conselhos administrativos. Otimizamos a experiência de busca e cruzamento de dados para o advogado e, por consequência, reduzimos o tempo gasto no processo de busca em 50% a 75%.

O sistema de busca inteligente da Turivius reduz o tempo de busca jurisprudencial do advogado em 50% a 75%.

Ao implementar tecnologia em sua rotina, o advogado terá mais tempo para se dedicar a tarefas mais estratégicas que irão trazer retorno significativo tanto em sua vida pessoal quanto na profissional, como:

  • Atender mais clientes sem aumentar o número de pessoas na equipe.
  • Se aprofundar em teses e processos.
  • Investir nos estudos e na carreira.
  • Posicionar seu escritório no mercado.
  • Captar novos clientes.
  • Mais tempo de qualidade com familiares e atividades de lazer.

Inicie seu teste gratuito agora e conheça de perto o futuro do Direito com o Software Jurídico da Turivius.

A missão da Turivius é possibilitar a rapidez na resolução de vários outros problemas que hoje afligem os operadores do Direito, agregando qualidade, velocidade e alta eficiência à prática jurídica.

Sumário

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